domingo, 7 de março de 2010



Hoje, a vontade de viver destacou-se do misto de sentimentos, que consigo decifrar. Cada momento, cada segundo que passa, parece especial, como que se dum filme se tratasse. Estes momentos são sentidos em câmara lenta, como se dos últimos se tratassem.
Pela janela do meu quarto, escorrem gotas levadas pela força da gravidade, que escorrem com liberdade sem pressa, sem medo. São aos milhões e sem parar, acalmam o meu pensamento. Silenciosas, desaparecem e deixam-se suceder por outras cada vez com menos intensidade.
Os lábios adormecidos não dão sinal de vida, apenas os olhos acompanham o acontecimento.
Sem nada o prever, as gotas deixaram de aparecer, o vidro que há instantes estava banhado pelas lágrimas da natureza, esconde agora o mundo lá fora.
São as minhas pernas as primeiras a reagir, levam-me para a praça, onde a rotina duma manhã de sábado impera. Os miúdos correm para a catequese, enquanto a voz da peixeira se faz ouvir por entre o zumbido dos carros que por ali passam. Ainda mal consigo ouvir o meu coração bater com intensidade e sinto vontade de me deixar levar pelo vento. Empurrando-me pelas costas encaminha-me para os confins da cidade, o verde que aparece no horizonte, acaba por vir ao meu encontro.
A vento passou a brisa, eu paralisei. Aqui ouço o meu pensamento, longe dos problemas, longe de tudo.
A brisa fresca contorna o meu rosto e sussurra-me no ouvido, não fala a minha língua, mas cura feridas causadas pela luta da vida.
A escuridão começa a abater-se, a noite diz-me que é hora de regressar.
Ao entrar em casa tenho a certeza do que hoje aprendi: Todos os momentos podem ser especiais, se forem vividos intensamente.


2 comentários:

  1. "A brisa fresca contorna o meu rosto e sussurra-me no ouvido,não fala a minha lingua,mas cura feridas,causadas pela luta da vida." Adorei :)

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  2. adorei, tens mesmo jeito para escrever :)
    [desculpa a invasão]

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