sexta-feira, 18 de junho de 2010

Até já .


Eu vou sair.
Preciso de ver pessoas novas, dar um grito e acordar a chinesa que lá no outro canto do mundo adormeceu para ir para o trabalho, de saltar e mandar uma cabeçada na nuvem cinzenta que tapa o sol, tenho vontade de viver a transbordar, vontade que chega e sobra para inundar o mundo.
Apetece-me vestir aquela camisola com alto decote e deixar a timidez em casa, dizer o meu nome com um sorriso manhoso e convidar-te para dançar, hoje apetece-me.
Hoje não quero dar nas vistas e fugir, vou ser muito mais que isso, vou ser alguém, alguém que se vai tornar num eu. Não me vais seduzir com esse vestido feito á escala de maqueta, muito menos com esse top, aberto pelo soutien numa tentativa frustrada de ganhar algum espaço.
Eu sou quem manda, eu sei quem quero, bom, se não sei, vou descobrir, portanto tem calma contigo.
O meu peito ainda está inchado, foi do plano de treino novo, se queres sentir, encostas o ouvido e guardas a mão no bolso. Vais então escutar com atenção as palavras que exprime com a sua discreta batida: S-o-u l-i-v-r-e.

A liberdade não nasceu comigo, foi conquistada. Segui as minhas pegadas, vezes sem conta até perceber que estava fechado num círculo. Quando o percebi, corri, corri mais do que podiam as minhas pernas, corri enquanto saltava as barreiras que eu próprio tinha construído para me proteger. Corri contra o tempo, fiz disparar os radares de controle de velocidade ao mesmo tempo que crescia, sem dar por isso.
Hoje relembro tudo isso e não quero sequer saber se haverá uma meta. Enquanto não for realmente feliz, não pararei de correr, muito menos irei parar de saltar, jamais irei voltar a perder algo por minha culpa.
Um dia vai haver alguém que irá fazer parte desta corrida, sim, espero que sim, mas hoje, hoje eu quero é ver pessoas novas, dar um grito e acordar a chinesa que lá no outro canto do mundo adormeceu para ir para o trabalho, quero é saltar e mandar uma cabeçada na nuvem cinzenta que tapa o sol, tenho vontade de viver a transbordar, vontade que chega e sobra para inundar o mundo.

domingo, 16 de maio de 2010

O ponto de reflexão é como ...

É bom. Olho para trás e reparo que todas aquelas barreiras que me impediam de ser aquilo que um dia sonhei já não existem.Foram ultrapassadas com pequenas grandes conquistas , conquistas que me fazem sentir orgulhoso, não só por ser quem sou, mas por ser alguém.Passei a acordar a sorrir com sentimento de missão cumprida, é apenas uma das missões, está certo, mas também é verdade que se algo nos custa tanto a conseguir, também tem que haver lugar para o saborear.Quando tudo corre bem, nós só pensamos que vai melhorar ainda mais. Surgem novas oportunidades, surgem novas experiências e deixamo-nos levar. É assim que funciona, a vida mostra aquilo que tem para oferecer, cada um escolhe qual o caminho a seguir, só alguns o conseguem percorrer.Podes traçar um trajeto, definir objetivos, e talvez tenhas potencial para os conseguires.Não te podes esquecer é que não andas aqui sozinho e por mais que te esforces por conseguires chegar a aquilo que desejaste, vão surgir obstáculos. Obstáculos que te atingirão, que te irão atirar contra um poste, uma parede, que te vão dificultar a vida.Eu sei bem do que falo e agora .... agora quem fala mais alto é a revolta, revolta de ver algo que tanto adoro destruído por um alguém que quer chegar ao mesmo sitio que eu pelo mesmo caminho.

domingo, 7 de março de 2010



Hoje, a vontade de viver destacou-se do misto de sentimentos, que consigo decifrar. Cada momento, cada segundo que passa, parece especial, como que se dum filme se tratasse. Estes momentos são sentidos em câmara lenta, como se dos últimos se tratassem.
Pela janela do meu quarto, escorrem gotas levadas pela força da gravidade, que escorrem com liberdade sem pressa, sem medo. São aos milhões e sem parar, acalmam o meu pensamento. Silenciosas, desaparecem e deixam-se suceder por outras cada vez com menos intensidade.
Os lábios adormecidos não dão sinal de vida, apenas os olhos acompanham o acontecimento.
Sem nada o prever, as gotas deixaram de aparecer, o vidro que há instantes estava banhado pelas lágrimas da natureza, esconde agora o mundo lá fora.
São as minhas pernas as primeiras a reagir, levam-me para a praça, onde a rotina duma manhã de sábado impera. Os miúdos correm para a catequese, enquanto a voz da peixeira se faz ouvir por entre o zumbido dos carros que por ali passam. Ainda mal consigo ouvir o meu coração bater com intensidade e sinto vontade de me deixar levar pelo vento. Empurrando-me pelas costas encaminha-me para os confins da cidade, o verde que aparece no horizonte, acaba por vir ao meu encontro.
A vento passou a brisa, eu paralisei. Aqui ouço o meu pensamento, longe dos problemas, longe de tudo.
A brisa fresca contorna o meu rosto e sussurra-me no ouvido, não fala a minha língua, mas cura feridas causadas pela luta da vida.
A escuridão começa a abater-se, a noite diz-me que é hora de regressar.
Ao entrar em casa tenho a certeza do que hoje aprendi: Todos os momentos podem ser especiais, se forem vividos intensamente.


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